Meu avô era apaixonado por passarinhos.
Curiós, canários, coleiros.
Todos confinados em gaiolas
desde o nascimento.
Ele os alimentava
e sentia um amor profundo
tenho a certeza.
Cantavam
à revelia de suas prisões.
O raríssimo guarda-rios anão de Mindanao
foi fotografado
Hoje
pela primeira vez
em cento e trinta anos.
Um golfinho espalha sua linguagem
Cósmica
nos canais azuis de Veneza.
A Natureza se refaz
Magistral
enquanto o vírus humano
está em quarentena.
Meu avô confinava passarinhos
e eu sei o amor que tinha por eles.
Hoje,
Enjaulados,
vejo o amor
que o planeta
ainda tem por nós.
Quando a natureza tem espaço e o homem não intervém ela a natureza manifesta a sua grandeza expontaneamente tudo deve ser livre na natureza só assim é que ela é realmente a NATUREZA
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